Você sabia que a falta de estímulo no ambiente de trabalho pode afetar a saúde mental dos colaboradores? A chamada Síndrome de Boreout é um problema bastante comum, que influencia não somente o bem-estar, mas também os resultados da organização.
Neste artigo, explicaremos um pouco mais sobre o distúrbio, quais são as suas principais causas, como identificar a síndrome e o que o RH pode fazer para prevenir e evitá-la.
Quer garantir mais motivação e produtividade na sua equipe? Então, continue a leitura e fique por dentro do assunto.
O que é a Síndrome de Boreout?
Originada da palavra bored, que significa “entediado” em inglês, Síndrome de Boreout é também conhecida como a síndrome do tédio ou do aborrecimento.
Esse distúrbio psicológico é causado, principalmente, por uma baixa carga mental no ambiente de trabalho, seja por falta de demanda quantitativa ou qualitativa.
O fenômeno se refere a um estado de apatia e desinteresse, que diminui o entusiasmo e o prazer do profissional e pode impactar diretamente em suas atividades profissionais.
Diferentemente do que se possa imaginar, o Boreout não está relacionada à preguiça ou má vontade, mas ocorre quando o profissional se sente desvalorizado e não recebe incentivos, causando um sentimento de desconexão com a empresa.
Síndrome de Burnout X Síndrome de Boreout
Embora os dois distúrbios afetem significativamente a saúde mental dos colaboradores, existem diferenças entre a Síndrome de Burnout e a de Boreout.
A primeira acontece por excesso de estresse e tensão emocional causados por condições de trabalho desgastantes. Já a Síndrome de Boreout se manifesta quando o colaborador não é estimulado da forma correta e sente que seu potencial e habilidades não são aproveitados e que seu trabalho é considerado inútil, o que pode até desencadear uma síndrome de impostor.
A Síndrome de Burnout é tão séria que foi reconhecida como doença emocional pela Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de preocupante, pode ser resolvida dentro da estrutura da empresa, por meio de ações de employer branding e adaptações realizadas pelo RH e gestores.
Quais as causas da Síndrome de Boreout?
De modo geral, o Boreout acontece quando a pessoa não tem estímulos no ambiente de trabalho, realizando sempre as mesmas atividades e se desenvolvendo pouco.
Na maioria dos casos, o sentimento está associado a um desequilíbrio entre as expectativas do colaborador em relação ao trabalho e suas necessidades reais.
Essa insatisfação não precisa de anos de trabalho na mesma empresa para que aconteça. Ela é bastante comum após o processo de onboarding, quando o profissional percebe que a descrição do cargo não condiz com as atividades do dia a dia, resultando em tarefas pouco desafiadoras e menos possibilidade de crescimento e desenvolvimento.
Além disso, outras situações que podem levar ao Boreout são:
- pouco trabalho e muito tempo ocioso;
- menos responsabilidades;
- muitas limitações ao propor ideias;
- funções que não se adequam à qualificação;
- falta de reconhecimento de líderes e gestores;
- falta de oportunidades de crescimento na empresa;
- atividades monótonas e repetitivas;
- condições de trabalho precárias;
- conflitos e competições excessivas entre colegas;
- lideranças ineficientes e despreparadas;
- clima organizacional ruim.
Síndrome de Boreout: como identificar os primeiros sinais
Para reconhecer o problema, é possível observar três sinais bastante comuns na Síndrome de Boreout:
- indiferença: o colaborador demonstra falta de interesse e realiza apenas o necessário para não perder o emprego;
- angústia: a falta de atividades compatíveis com sua qualificação o deixam aborrecido e angustiado durante boa parte do tempo;
- estagnação: o colaborador se sente perdido e sem perspectiva com tarefas monótonas e sem sentido.
Os sintomas do Boreout também podem comprometer a saúde física e mental dos colaboradores, trazendo problemas como alterações de pressão arterial, insônia, irritabilidade, doenças de pele e instabilidade psíquica, podendo levar a crises de ansiedade, pânico, depressão no trabalho e fobias.
Além de afetar o bem-estar do colaborador, a Síndrome de Boreout também traz consequências bastante negativas à organização. Por isso, é importante que os gestores fiquem atentos aos times e analisem cada um dos colaboradores para identificar sinais.
Geralmente, pessoas que estão passando pelo distúrbio costumam mentir com frequência, se atrasam mais do que o normal e parecem descomprometidas. Sendo assim, a insatisfação pode levar a um sentimento de rancor em relação aos líderes e à empresa.
Como tratar a síndrome de Boreout?
Quando falamos em Boreout, é comum que alguns gestores acreditem que para resolver o problema, basta cortar o mal pela raiz e dispensar o colaborador que não está apresentando os resultados necessários.
Mas não é bem assim. Cuidar da saúde emocional dos profissionais é essencial para qualquer empresa que deseje manter a produtividade e a eficiência.
Para tanto, é preciso ter em mente que colaboradores não são números, que por trás de cada profissional, existe uma pessoa com sua própria vida, problemas e expectativas.
Dessa forma, cabe ao setor de RH e aos gestores proporcionarem um ambiente de trabalho que gere satisfação e motivação aos profissionais , promovendo bem-estar, qualidade de vida e realizações.
Esse tipo de investimento não traz resultados apenas para a saúde mental dos colaboradores, mas também impacta positivamente nos resultados da empresa, garantindo um importante diferencial no mercado.
Como prevenir a Síndrome de Boreout?
Existem diversas iniciativas que o RH, junto aos gestores, pode promover na empresa para combater e prevenir a síndrome de boreout. Confira algumas!
Conheça seus colaboradores
O primeiro passo para garantir profissionais motivados e satisfeitos é conhecê-los.
Entender o perfil de cada colaborador, o que eles valorizam e como se tornam mais motivados pode ajudar em uma gestão de pessoas mais eficiente.
Além disso, conhecer os profissionais ajuda os gestores a entenderem que cada pessoa é diferente e tem suas próprias características, expectativas e habilidades. Dessa forma, é possível direcionar as tarefas para aqueles que realmente se dão bem na área, valorizando cada potencialidade.
Mantenha um canal aberto de comunicação
Manter um canal aberto para que os profissionais relatem suas angústias e frustrações também é essencial para que os gestores saibam o que está errado e como podem ajudar.
Muitas vezes, a falta de diálogo pode intensificar a sensação de impotência, fazendo com que o colaborador se sinta cada vez menos valorizado.
Dessa forma, é importante disponibilizar canais de comunicação, além de realizar reuniões periódicas para feedback e pesquisas de satisfação e clima organizacional.
Por meio dessas ferramentas, o RH pode mensurar a percepção dos profissionais sobre o ambiente de trabalho, as lideranças e funções do cargo, entendendo problemas, pontos de melhoria e evitando a Síndrome de Boreout.
Estabeleça metas
Metas e objetivos são grandes aliados para prevenir e combater a Síndrome de Boreout. Isso porque dão sentido ao trabalho do colaborador e mostram que se está evoluindo em uma direção.
Dessa forma, o profissional passa a trabalhar para alcançar as metas estabelecidas, saindo da posição de indiferença em busca de um propósito.
Quando a empresa não tem metas e objetivos definidos, o colaborador acaba ficando muito solto e perde perspectivas, acreditando que seu trabalho não é importante e não tem valor para a organização.
Adote ações de marketing de incentivo
O marketing de incentivo é um conjunto de ações que são tomadas para estimular os colaboradores a darem o melhor de si.
Desse modo, as ações adotadas visam reconhecer e valorizar os profissionais, tornando-os mais motivados em suas funções.
Para a implementação, é possível utilizar premiações reais para reconhecer os talentos que alcançaram as metas e objetivos propostos.
Além de premiações, é importante divulgar a campanha para toda a empresa, garantindo o engajamento dos colaboradores.
Analise e reorganize os fluxos de trabalho
Não basta apenas implementar ações de reconhecimento e valorização dos profissionais. É preciso, também, analisar as estruturas e a cultura da empresa para entender o que está errado e reorganizar os fluxos de trabalho.
Uma das causas da Síndrome de Boreout ocorre quando o colaborador fica ocioso ou tem como responsabilidade tarefas muito abaixo de suas qualificações. Por outro lado, colaboradores sobrecarregados e estressados podem sofrer com o Burnout.
Assim, a melhor forma de cuidar da saúde mental de todos é organizando tarefas e garantindo que todos os colaboradores tenham uma rotina que faça sentido com suas qualificações.
Além disso, é importante que a organização ofereça oportunidades de crescimento e desenvolvimento, garantindo que os profissionais possam evoluir enquanto estão na empresa.
Nesse sentido, planos de carreira bem-estruturados também são boas opções para garantir, não somente a motivação dos profissionais, mas também a retenção na empresa, minimizando o sentimento de estagnação e a falta de perspectivas.
Como vimos, a Síndrome de Boreout é um distúrbio psicológico que afeta profissionais que não se sentem valorizados ou desenvolvidos em seu ambiente de trabalho.
Ainda, pode impactar tanto a saúde mental do colaborador quanto os resultados da empresa, por isso, é importante que o RH esteja de olho nos sinais para prevenir e evitar o problema.
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