O recrutador, também conhecido pelo termo em inglês headhunter, é o profissional de recursos humanos responsável por assimilar talentos para sua empresa. Esse trabalho deve ser realizado de forma inteligente e estratégica, para garantir que os candidatos mais adequados sejam selecionados para os cargos necessários, o que não é uma tarefa fácil.
Com um pouco de conhecimento sobre o mercado de trabalho, é possível afirmar que, mesmo em tempos mais desafiadores de crise, não são apenas os candidatos que buscam pelas organizações. Aqui, a recíproca também é verdadeira. Headhunters estão sempre à procura de profissionais de excelência, mesmo aqueles que já estejam empregados.
Pode parecer um trabalho fácil em um primeiro momento, mas não é bem assim. Há talentos com características técnicas, psicológicas e comportamentais específicas para determinadas posições. Um dos desafios para o recrutador é encontrar o alvo específico, que muito provavelmente está sendo cobiçado por outras companhias! Para tanto, esse especialista deve lançar mão de determinadas ferramentas para recrutamento e seleção.
A seguir, veremos quais ferramentas podem auxiliar o trabalho de recrutamento e como identificar mais facilmente os melhores perfis!
Como fazer um bom recrutamento?
Durante o processo de recrutamento e seleção, a tecnologia ajuda o recrutador nas diversas etapas operacionais, permitindo que o profissional invista mais tempo e energia no planejamento estratégico de sua função. Alguns mecanismos tecnológicos que devem ser conhecidos e utilizados por headhunters são:
People Analytics
O método conhecido por people analytics refere-se ao cruzamento ou análise de dados de diferentes fontes, a fim de realizar uma gestão de pessoas mais estratégica. Esse tipo de análise permite uma tomada de decisões mais eficazes a partir da estruturação tanto dos dados exatos como dos subjetivos.
Toda essa informação é valiosa não apenas para a gestão de recursos humanos da empresa, mas também para que os recrutadores entendam as reais necessidades e os objetivos de cada função desempenhada pelos colaboradores, a fim de buscar pelo talento mais adequado.
Metodologia DISC
Um dos maiores desafios para o profissional de RH é identificar as soft skills durante o processo de recrutamento e seleção. Para tanto, a metodologia DISC se torna uma grande aliada ao mapear o perfil de candidatos e prever com grande eficácia os padrões comportamentais de cada um.
Para entender como funciona o método DISC, é preciso ter em mente que há quatro perfis comportamentais predominantes. São eles: analista, executor, comunicador e planejador.
O profissional de perfil analista tem como meta pessoal desempenhar suas funções da melhor forma possível, prezando sempre por resultados de alta qualidade. Detalhista, possui uma capacidade de análise mais refinada, já que detectam pontos que podem ter passado despercebidos por outros perfis.
O executor é aquele conhecido como líder nato. Sempre objetivos e com foco em resultados rápidos, não costumam ter medo de assumir riscos e estão sempre com muita energia e disposição para realizar qualquer tarefa.
Já o perfil comunicador costuma pertencer a pessoas que dão muito valor às relações interpessoais e fazem muitos amigos, inclusive no ambiente de trabalho. São ótimas para realizar trabalhos em equipe e que exijam criatividade, além de se adaptar a ambientes de maior flexibilidade.
As pessoas de perfil planejador, no entanto, são mais quietas e centradas. Disciplinados, esses profissionais são motivados pela rotina e pela segurança, o que os faz ter muito autocontrole e evitar ao máximo cometer erros. Por isso, são ótimos estrategistas e muito confiáveis para desempenhar funções que exijam paciência e observação.
Aplicar um teste DISC permite identificar qual desses potenciais se destaca em cada candidato, a fim de reconhecer o melhor perfil para sua empresa. Perceba que essa análise vai muito além da capacidade técnica de cada um. Esse tipo de análise permite também selecionar colaboradores que possuem uma maior afinidade com as políticas e os valores da empresa, o que afetará seu rendimento a longo prazo.
Por ser um teste simples, pode ser aplicado on-line, ainda em uma fase preliminar do recrutamento. Assim, é feita uma triagem comportamental juntamente com a seleção curricular, o que diminui muito a chance de que seja feita uma contratação equivocada.
Entrevista
Uma entrevista bem elaborada é uma ferramenta valiosa durante o processo de recrutamento. Ao contrário do que possa parecer, realizar uma entrevista não é apenas discutir currículo com um candidato. Muito mais que isso, é etapa deve ser muito bem planejada estrategicamente para fazer com que o talento diga e mostre habilidades que vão além do histórico profissional.
Há diversas formas de preparar e conduzir uma entrevista de emprego, e cabe ao recrutador decidir qual é a melhor maneira de aplicar essa ferramenta para aumentar suas chances de acerto na hora de selecionar um futuro colaborador.
Gestão comportamental
Muito antes de iniciar a busca pelo candidato ideal, o processo de recrutamento e seleção tem início na criação da vaga e da seleção das habilidades necessárias para preenchê-la. Essa etapa é crucial para que o recrutamento seja bem feito. A melhor forma de identificar as necessidades da empresa é por meio do desenvolvimento de uma gestão comportamental.
É esse tipo de gestão que permite avaliar o quanto os funcionários estão alinhados com a filosofia da empresa e o quanto esse aspecto interfere no rendimento da equipe e nos resultados obtidos. Assim, é possível delinear o melhor perfil para completar ou conduzir um time, de forma a ter um quadro de excelência.
Quais as habilidades de um bom recrutador?
Agora que você já conheceu alguns métodos para tornar o processo de recrutamento mais eficaz, conheceremos quais são as características necessárias de um bom recrutador. Destacamos as principais:
Ser estrategista
Tanto para anunciar uma vaga quanto para dar continuidade ao processo de seleção, é preciso ter em mente que cada decisão influenciará no objetivo final, que é a contratação do novo colaborador.
Para atrair os melhores talentos é necessário que o headhunter tenha um conhecimento bem claro sobre as competências requeridas e como elas devem ser avaliadas durante as etapas desse trabalho. Uma boa dica é ficar de olho nos indicadores de recrutamento.
Ter boa comunicação
Saber se comunicar bem não significa apenas se expressar de forma clara e objetiva, de modo que seja bem entendido. Claro que saber passar a mensagem é muito importante, mas também é essencial saber ouvir e interpretar corretamente o que o outro tem a dizer.
Tanto na comunicação escrita, que guiará parte do processo (descrição da vaga, seleção de currículo, contato por e-mail), quanto na oral, principalmente na parte da entrevista, é importante esclarecer dúvidas de ambas as partes, para que não fiquem pontas soltas. Falhas de comunicação durante o recrutamento são um risco, pois podem gerar contratações equivocadas.
O profissional de RH muito provavelmente tem um contato mais estreito com termos em inglês como feedback, coaching, networking. Mas será que o candidato entenderá com facilidade o que significa que ele fará um job rotation caso contratado? O recrutador precisa pensar em tudo isso ao passar essas informações.
Ter objetividade
O recrutador precisa ser imparcial durante todas as etapas do processo seletivo. Parece algo evidente, mas o profissional de RH incumbido da seleção também possui opiniões pessoais e pode ter mais simpatia por determinado candidato que não necessariamente será o mais apto ao cargo. Por isso o recrutador precisa se policiar durante todo o tempo para manter a objetividade e a imparcialidade, sempre focado nas necessidades da corporação.
Estar em constante atualização
Assim como em outras áreas de atuação, o profissional de RH deve estar sempre estudando e se aprimorando. Tanto dentro da própria empresa, como na sociedade como um todo acontecem mudanças constantes. Novas tecnologias surgem, e também novos desafios.
Um exemplo disso é a exigência legal da contratação de uma porcentagem de colaboradores com alguma deficiência. Mais do que um cumprimento de regra, o recrutador e a empresa devem estar alinhados com os benefícios da diversidade e levar isso para realizar o recrutamento de pessoas com deficiências de forma mais humanizada.
Por onde começar?
Após ter uma descrição da vaga, é preciso saber em qual canal divulgá-la para atrair os talentos certos. Durante alguns anos, os sites de vagas e os canais de banco de currículos disponibilizados em sites de empresas foram as principais vias de captação de candidatos.
No entanto, com a popularização das redes sociais, elas se tornaram também um importante canal de recrutamento. A internet e suas ferramentas permitiram deixar o profissional de RH mais próximos dos talentos.
É cada vez mais comum encontrar pessoas que conseguiram um emprego por algum contato via Twitter, Facebook e, principalmente, LinkedIn. Além de encurtar distâncias entre recrutador e candidato, as redes sociais diminuem a burocracia, causando a redução do tempo de fechamento de vagas.
Um detalhe muito importante que pode passar despercebido para o recrutador é a questão do relacionamento com os candidatos. Muitas vezes por falta de tempo mesmo, esse tratamento pessoal acaba ficando em segundo plano. Porém, manter uma boa relação com os candidatos também é uma ação estratégica
Em um cenário cada vez mais competitivo, o employer branding ou marca do empregador, faz toda a diferença na hora de atrair os melhores talentos. Ter esse cuidado com os profissionais durante o processo de recrutamento soma ainda mais pontos para essa marca, elevando a sua marca de forma positiva.
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