O processo de saída de uma empresa nem sempre é fácil, principalmente quando há conflitos internos entre o colaborador e o gestor ou com os colegas de trabalho. A psicologia por trás de uma demissão deve ser trabalhada, tanto para auxiliar quem demite quanto quem é demitido. Porém, sabemos que, na maior parte das vezes, o que mais sofre com esse revés é o próprio profissional.
Continue a leitura deste post e entenda como funciona a psicologia por trás de uma demissão, tanto para a empresa como para o colaborador.
O que é a síndrome do impostor e como o gestor pode lidar com ela?
Muitas vezes, ao passar por problemas dentro da companhia, o colaborador enfrenta a ameaça de gestores que querem mandá-lo embora ou pressioná-lo para que ele peça conta. Isso contribui para o surgimento da síndrome do impostor, que surge quando o profissional não acredita no seu potencial e acha que tudo o que conquistou foi por sorte ou com a ajuda de alguém.
Quem passa por essa síndrome não consegue aceitar o seu próprio mérito, chega até a se achar uma fraude no ambiente de trabalho e, com isso, teme que a qualquer momento os colegas ou o gestor possam desmascará-lo. Esse é um sentimento muito negativo para o colaborador, pois, além de prejudicá-lo psicologicamente, afeta a sua rotina dentro da empresa.
Nesse caso, é importante que a equipe de Recursos Humanos e os gestores ofereçam o suporte adequado para ajudar os colaboradores que passam por esse processo. Ao temer ser mandando embora — ou ser “desmascarado” pela equipe — o profissional deve contar com o apoio da empresa e estar consciente de qual é o seu valor para a companhia e a relevância do seu trabalho ali.
Mas se realmente o trabalhador está sendo desligado por questão de conflitos internos, é interessante que ele entenda quais são os pontos que deve melhorar para progredir e o motivo da demissão estar acontecendo. Além disso, é importante que ele saiba que isso não o faz ser desmerecedor de todo o crédito que conquistou durante a sua trajetória dentro da companhia.
Agora, caso o motivo seja por uma crise financeira ou por motivos diversos, o RH e seu gestor direto devem deixar claro que a sua qualificação e performance profissional não estão em jogo naquele momento, e sim que ele está saindo por uma necessidade alheia à vontade da empresa. Nesse sentido, é essencial realizar feedbacks consistentes com o colaborador.
Entenda que uma demissão pode ser muito dolorosa para um profissional e até trazer uma série de consequências psicológicas que serão refletidas durante sua fase final dentro da companhia e na sua vida particular. Entre os sintomas mais comuns estão a baixa da autoestima, tanto no sentido profissional quanto pessoal, pois a pessoa sente que está perdendo prestígio perante à sociedade e pode ter a sensação de incapacidade.
Ao saber que será mandado embora, o trabalhador passa a lidar com vários conflitos que, certamente, refletirão em áreas da sua vida. Além disso, o seu autoconceito, muitas vezes, é igualmente afetado, ou seja, não apenas o seu valor como profissional é abalado, mas também há o sentimento de culpa e fracasso por estar perdendo a sua fonte de renda.
Logo, para amenizar esse conflito interno é importante que o trabalhador sinta que a empresa também é sua aliada nesse processo e que entende o momento que ele está vivendo. Além disso, é interessante que ele saiba que a companhia é grata por seu desempenho profissional e que as portas estarão abertas quando o cenário estiver favorável para um possível retorno.
O que pode levar até um pedido de demissão?
Inicialmente, vamos considerar a psicologia que por trás de uma demissão solicitada pelo colaborador. Há muitos fatores que podem levar ao processo de desligamento — desde aspectos pessoais, que fazem o trabalhador ficar insatisfeito e pensar diversas vezes na possibilidade de sair, até na pressão vinda diretamente de seu gestor pela insatisfação com o seu trabalho.
Com isso, o profissional vai se desmotivando cada dia mais, produzindo menos e vendo sua carreira ser prejudicada dentro da empresa. Há vários indícios de que essa situação não está fazendo bem ao colaborador e listaremos a seguir os principais para que o RH possa se atentar e tomar medidas para auxiliar nesse momento.
Cansaço persistente
É muito comum que o trabalhador que se encontra em um momento delicado acorde desanimado para ir ao trabalho e que não sinta mais prazer algum em realizar suas atividades diárias. Com isso, ele acaba achando argumentos para justificar uma falta, contribuindo para aumentar o absenteísmo na companhia.
Além disso, o colaborador tende a se sentir esgotado ao menor esforço realizado, além de mostrar má vontade em ajudar os colegas, em ser proativo ou sente desprezo em realizar atividades que são um pouco mais desafiadoras. Outro sintoma é quando a concentração já não é mais a mesma e qualquer coisa lhe rouba a atenção, virando um motivo para sua distração no trabalho.
Consequências físicas
Quem vive uma situação estressante costuma refletir as consequências disso em sua saúde. Nesse caso, é preciso reparar se o colaborador está tendo resfriados constantes, enxaquecas muito frequentes, dores musculares, queda de cabelo, estafas, crises de ansiedade, perda de apetite, insônia, falta de atenção constante ou presenteísmo, irritabilidade, entre outros sinais.
Inimizades no ambiente de trabalho
Um clima organizacional saudável também é sinal de colaboradores que se relacionam bem, se ajudam e estão dispostos a cooperar em equipe. Mas se um trabalhador está insatisfeito, não tem paciência para conviver em um local que já não é interessante para ele. Isso aumenta suas chances de fazer inimizades dentro da empresa e contribui para que o ambiente de trabalho se torne nocivo.
Reclamações constantes
Quando um trabalhador não está satisfeito, tudo é motivo para reclamar. Desde as atividades que antes davam prazer até o fato de ter que conviver com os colegas de trabalho. Entenda que um colaborador feliz e contente com seus afazeres não costuma reclamar por qualquer coisa — quando isso acontece, é sinal de que algo não vai bem.
Como é a psicologia por trás de uma demissão?
O processo de desligamento de um ou mais colaboradores, muitas vezes, é inevitável. Mesmo em situações em que o motivo da demissão é causado por haver conflitos internos e a situação estiver crítica é possível propor medidas que ajudarão a enfrentar esse momento.
Entender a psicologia por trás de uma demissão ajuda o departamento de Recursos Humanos agir de modo mais próximo e humanizado. Algumas dicas de ação podem ajudar o colaborador a passar por esse momento difícil do melhor modo possível.
Evitar o isolamento
Ficar distante do resto do pessoal no ambiente de trabalho pode agravar ainda mais o sentimento de não pertencimento e isso deve ser evitado. É importante que o colaborador cerque-se dos colegas mais queridos, sinta-se acolhido e saiba que pode contar com outras pessoas para passar por essa fase que costuma ser bastante delicada.
Procurar pensar em coisas positivas
A situação por si só já costuma ser complexa para os profissionais. Por mais que a empresa vá perder um colaborador que é importante para suas atividades, na maioria das vezes, o trabalhador é quem enfrenta mais desafios com uma demissão.
Por isso, é muito importante que ele leve a fase como um processo natural, que veja um lado positivo nisso e, principalmente, foque o pensamento em coisas boas.
Estar sempre ativo
Quando estamos mais ociosos, temos a tendência de remoer os problemas e os pensamentos ruins ficam martelando a todo momento. Mas se estivermos sempre fazendo alguma coisa, de preferência aquilo que nos dá prazer, o tempo passa mais rápido e a cabeça estará ocupada com outras questões além do desligamento em si.
Respirar fundo e não entrar em pânico
No mesmo sentido do exemplo acima, é preciso ocupar a cabeça com coisas além do trabalho para não entrar em pânico quando surgirem o medo e as incertezas sobre o futuro.
Para tanto, sugira ao colaborador que, mesmo quando não estiver no trabalho, ouça músicas relaxantes, respire fundo e faça atividades que gosta. Isso o ajudará a controlar as emoções e a direcionar suas energias para outras coisas.
Nesse momento é fundamental que o colaborador saiba que pode contar com o auxílio do RH e que a empresa é sua aliada e não uma inimiga, pois, muitas vezes, o profissional também sente raiva da companhia por estar sendo demitido. Logo, é fundamental que ambas as partes sejam transparentes para conseguir enfrentar essa fase delicada.
Por fim, vale ressaltar que a psicologia por trás de uma demissão envolve muitos aspectos conflituosos para o colaborador, como dúvidas sobre o seu futuro como profissional, sua saúde financeira, o que fazer dali para frente, como dar seguimento à sua carreira, se vai encontrar outro emprego facilmente, mas que ofereça as mesmas condições de salário e de trabalho, a questão da idade e diversos outros questionamentos atordoantes.
Percebeu como o fator psicológico é muito importante para o colaborador também nos momentos de demissão? Então, aproveite e confira como fazer o cálculo de uma rescisão contratual para que não haja erros nessas horas!