A discussão em torno do empoderamento das mulheres tem aumentado nos últimos anos, o tema tem levantado questionamento da presença delas em diversos ambientes, incluindo o empresarial. A partir disso, o número de mulheres no empreendedorismo elevou. Atualmente, vemos cada vez mais a força do empreendedorismo feminino e sua liderança.
Abrir uma empresa no Brasil não é uma tarefa fácil, entretanto, segundo pesquisa realizada pela GEM Brasil, a participação das mulheres no número de empresas abertas é consideravelmente maior e ativa.
Esse cenário é compatível ao aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Para entender mais sobre o cenário do empreendedorismo brasileiro e a presença das mulheres, continue a leitura!
O empreender atualmente
Segundo a executiva americana, Lisa M. Amos: “os empreendedores falham, em média, 3,8 vezes antes do sucesso final. O que separa os bem-sucedidos dos outros é a persistência”. Ou seja, conseguir alcançar o sucesso de ter um negócio próprio não é fácil e exige cuidado financeiro e esforço.
O empreendedorismo é — muitas vezes — a alternativa de controle financeiro para milhões de pessoas que ficarão desempregado. Começar próprios negócios como vender bolo, iniciar uma pequena empresa, dar consultoria para alguma área torna-se uma opção viável de fonte financeira para quem se vê fora do mercado tradicional.
As características do empreendedorismo feminino
Para conseguir empreender, portanto, é essencial contar com algumas características ou habilidades marcantes. As mulheres estão cada vez mais associadas à tais adjetivos, conforme veremos a seguir.
Inteligência Emocional
Um fator importante para conseguir empreender é ter consciência das suas próprias emoções. A inteligência emocional é uma percepções dos seus sentimentos e como eles podem impactar sua capacidade de tomada de decisão.
Agir impulsivamente em um mercado altamente competitivo pode ser extremamente limitador para quem pretende empreender. Por isso, é fundamental conseguir racionalizar sobre suas emoções, a fim de garantir os melhores caminhos para o negócio.
Aliás, a inteligência emocional é uma das características predominantes na liderança feminina. Mulheres têm a tendência a compreender melhor seus sentimentos e agir de forma mais consciente e racional sobre eles em momentos de decisão.
O impacto dessa habilidade é positivo na economia, contribuindo para que a empresa permaneça mais tempo no mercado.
Capacidade de liderança
Liderar é diferente de chefiar, existem algumas habilidades que não podem faltar para quem pretende conseguir ser uma boa liderança. Ter pensamento crítico, um olhar com plenitude, uma percepção afiada e a capacidade de assumir riscos são exemplos.
Um bom líder é aquele que consegue motivar e dar autonomia para seus liderados. Torna-se um verdadeiro exemplo no agir e pensar, podendo servir como um guia de como se comportar dentro da instituição. Por isso, é fundamental que a liderança seja inspiracional.
Pensando no cenário feminino, o fato de muitas mulheres serem mães é um indicativo desse papel de liderança. Criar uma família é um exemplo forte de excelência, pois mostra a capacidade de conseguir educar, inspirar, motivacionar e ser um exemplo.
A participação das mulheres no empreendedorismo no Brasil
A parcela de mulheres se arriscando no empreendedorismo aumenta consideravelmente a cada ano. Segundo estudo do Sebrae Minas sobre os dados do Portal do Empreendedor, entre 2013 e 2019 o número de mulheres empreendedoras aumento em 124%. Ou seja, saiu de 1,3 milhão em 2013 para 3 milhões em 2018.
Essa elevação é fator predominante para a conquista da igualdade de gênero e reconhecimento no mercado de trabalho. Culturalmente, mulheres precisam provar mais seu valor dentro do mercado de trabalho, chegando a receber salários inferiores aos homens mesmo estando em funções semelhantes.
Um estudo realizado pela Global Entrepreneusrship Monitor (GEM) revelou dados interessantes sobre empresas lideradas por mulheres:
- a taxa de encerramento das empresas é menor conforme for maior o nível educacional da empreendedora;
- as mulheres citam a necessidade de empreender como o motivo de começar uma empresa 20% mais do que os homens;
- a inovação é 5% maior em empresas lideradas por mulheres se comparada às lideradas por homens;
- no Brasil, grande parte das empreendedoras está na faixa etária entre 25 e 34 anos.
Os principais desafios para empreendedoras
Alguns desafios são comuns para o cenário do empreendedorismo, entretanto, no caso das mulheres existem alguns pontos que são particulares. Ainda vivemos em uma sociedade machista, na qual o feminicídio ainda é algo cotidiano.
Considerando esse cenário histórico, podemos perceber alguns desafios que impedem ou dificultam a vida de milhões de mulheres no cenário do empreendedorismo.
A falta de apoio
A resistência da sociedade em compreender e enxergar o papel de liderança feminino dificulta o acesso ao empreendedorismo. Essa questão afeta não apenas a autoconfiança das mulheres, mas também dos investidores.
Sem conseguir um aporte financeiro, conseguir impulsionar o crescimento do negócio torna-se ainda mais difícil. Em muitos casos, as ideias acabam não conseguindo evoluir e virar uma solução no mercado por não conseguir apoiadores.
O sexismo
Outra barreira para a presença feminina no empreendedorismo está no sexismo. Segundo a pensadora e antropóloga, Simone de Beauvoir, “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Com essa frase, Simone aponta que o papel feminino é determinado pela sociedade, dando-lhe funções determinadas conforme o interesse de outros.
O ser mulher ainda carrega julgamentos e preconceitos históricos. Se pensarmos em conquistas, o direito ao voto — por exemplo — foi garantido às mulheres apenas em 1932. A presença em faculdades — considerando todos os cursos — também é atual, visto que as mulheres eram formadas em cursos e universidades destinadas a elas.
Conforme dito anteriormente, esse cenário de desigualdade ainda é marcante no mercado de trabalho. A disparidade salarial entre homens e mulheres em um mesmo cargo ainda é uma realidade vivenciada por muitas trabalhadoras. Sendo que o discurso foi normatizado por razões diversas, como a gravidez.
A educação desigual
As mulheres são maioria no ensino superior brasileiro, entretanto, a realidade em outros países não é a mesma. Ainda há países que inibem a presença de meninas em escolas e universidades, inspirando a luta de ativistas como Malala.
A privação do direito ao estudo cria um abismo educacional entre homens e mulheres, diferenciando as oportunidades e possibilidades no mercado de trabalho e em outros fatores sociais.
O futuro do empreendedorismo feminino
O cenário de empoderamento feminino é cada vez maior no país. Entretanto, os desafios ainda são marcantes em uma sociedade que cria desafios e empecilhos para a liderança feminina.
As adversidades, entretanto, são utilizadas como ferramentas para fomentar o crescimento e o estabelecimento das mulheres no empreendedorismo. Nos últimos anos, houve um aumento de 100% no número de empreendedoras, segundo a GEM Brasil.
Conseguir aumentar a presença das mulheres no empreendedorismo é uma tendência. Cada vez mais o mercado de trabalho busca alternativas para criar um equilíbrio entre a presença de homens e mulheres, e abrir novos negócios tornou-se uma alternativa para o crescimento financeiro feminino.
O empreendedorismo feminino ainda precisa superar a luta diária do machismo e da misoginia, mas vem conquistando cada vez mais seu espaço de luta e conquista.
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