Idosos no mercado de trabalho: Entenda o cenário, vantagens e como incluí-los

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Ter idosos no mercado de trabalho parecia algo inviável em um passado recente. Mas a contratação de veteranos é uma realidade nas empresas que apostam na diversidade. A reintegração da terceira idade no ambiente corporativo é o tema deste artigo, dedicado a homenagear as pessoas acima de 50 anos pelo Dia do Idoso, celebrado em 1º de outubro. 

Saiba como está o cenário no mercado de trabalho, quais as vantagens de contratar idosos e como incluir os profissionais mais experientes nas organizações. 

Os idosos e o mercado de trabalho

A pauta sobre idosos no mercado de trabalho é atual, devido ao crescimento desse público. Conforme o IBGE, em 2019, o Brasil tinha mais de 29 milhões de idosos. A projeção é que esse número ultrapasse 73 milhões em 2060. Mas quando uma pessoa se torna “idosa”?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divide os idosos em três categorias:

  • os pré-idosos (entre 55 e 64 anos);
  • os idosos jovens (entre 65 e 79 anos)*;
  • os idosos em idade avançada (com 80 anos ou mais).

* Na Ásia, os idosos jovens têm entre 60 e 69 anos. 

Nesse sentido, uma pessoa pode ser considerada idosa a partir dos 60 anos, independente do envelhecimento fisiológico, da capacidade de interagir ou ser ativa social e intelectualmente. 

Portanto, não é a condição física, social ou intelectual que define um veterano, e sim a data de nascimento registrada em seu RG. Desse modo, fica mais fácil entender porquê o mercado de trabalho está absorvendo tantas pessoas da chamada “terceira idade”. Já que eles comprovam que as aptidões para o trabalho continuam em alta, independente das razões pelas quais estão de volta ao mercado. 

Seja qual for a razão do retorno após os 60 anos, é importante saber que os profissionais dessa faixa etária têm muito para realizar. E podem contribuir com o crescimento das empresas. 

O cenário sobre idosos no mercado de trabalho e projeção futura

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), elaborada pelo IBGE, aponta que os idosos são o grupo com menor participação no mercado. Mas esse percentual está aumentando. 

Em 2012, a porcentagem de idosos ativos era de 5,9%. Em 2018, o índice aumentou para 7,2%, segundo o IBGE, o que representa 7,5 milhões de idosos atuando como força de trabalho. 

Por outro lado, o mesmo estudo mostra que o desemprego entre os idosos aumentou significativamente, passando de 40,3% em 2018, contra os 18,5% registrados em 2013. Muitas vezes, esses números refletem o preconceito contra pessoas da terceira idade, como veremos ao longo do artigo. 

Ainda, 27% atuavam no mercado formal e 45% trabalhavam por conta própria, como empreendedores. Sendo que 17% desses trabalhadores estavam no comércio, 15% na agricultura e 10% no setor de serviços, principalmente nas áreas da educação e saúde. 

Os dados do IBGE comprovam que pessoas acima dos 60 anos estão aptas a desempenhar suas funções com responsabilidade e qualidade. Nada mal para um público que deverá representar 25,5% da população brasileira até 2060. 

Por que o mercado está recebendo mais idosos?

Como vimos, a atuação dos profissionais seniores está crescendo no Brasil. Graças ao entendimento da própria capacidade e da força de trabalho experiente, pessoas com mais de 60 anos se sentem contempladas pela legislação. 

Prestes a completar 18 anos em 1º de outubro, o Estatuto do Idoso trata sobre questões relativas a trabalho e renda. O documento protege a população da terceira idade e garante direitos a uma vida digna. Entre eles:

  • desconto de 50% em atividades culturais, esportivas e de lazer; 
  • programas educativos sobre envelhecimento nos meios de comunicação; 
  • penalidades para quem mostrar imagens que desrespeitem as pessoas mais velhas;
  • sanções a quem abandona idosos sem assistência, entre outros. 

No capítulo 6, o estatuto garante ao idoso o exercício da atividade profissional, com respeito às condições físicas, intelectuais e psíquicas. Ainda, proíbe a discriminação e a fixação de limite máximo de idade (exceto por exigência do cargo). 

A legislação brasileira teve alguns avanços em relação às políticas públicas de proteção ao idoso. Mas ainda que a presença seja maior, profissionais da terceira idade continuam enfrentando dificuldades e alguma resistência por parte das empresas. 

Fato que torna a contratação mais difícil, pois há preconceito e desconhecimento sobre as vantagens que profissionais idosos podem trazer ao negócio. 

O preconceito contra idosos no mercado de trabalho

Uma pesquisa realizada pela Infojobs com mais 4.588 profissionais identificou as dificuldades para as pessoas maduras. Para 61% dos participantes com mais de 40 anos, encontrar empresas que contratem idosos é o principal desafio. Já para 78%, o mercado de trabalho é desigual e não oferece as mesmas oportunidades. E o preconceito etário nos processos seletivos foi citado por 70,4% dos entrevistados. 

Em geral, a desinformação é uma das causas para o preconceito. Ainda que o fator etário esteja associado à experiência e à sabedoria, na sociedade atual, “velho” é sinônimo de pessoa frágil e sem autonomia. 

No ambiente corporativo, a área de Recursos Humanos tem a responsabilidade de combater o preconceito etário ou de qualquer tipo. Essa quebra de paradigma deve ser promovida com atividades educativas em um ambiente respeitoso. 

Ainda, os colaboradores devem ser orientados e treinados para conviverem com profissionais seniores. Somente assim, entenderão que um ambiente plural, com diferentes perfis, idades e comportamentos pode ser benéfico para todos. 

Garantir a empregabilidade dos trabalhadores mais velhos traz vantagens que somente a maturidade pode oferecer.  

Vantagens para as empresas

Apostar na diversidade, inclusive etária, é um compromisso que as empresas devem assumir. 

Responsabilidade social

Empresas comprometidas com a sociedade são bem vistas. A responsabilidade social genuína tem muito valor, principalmente quando não tem o intuito de apenas cumprir a legislação e políticas de cotas. 

Nesse sentido, empresas que mantêm programas de inclusão da terceira idade fortalecem o employer branding. 

Experiência profissional e de vida

Além da experiência profissional, organizações apostando em colaboradores de mais idade recebem experiência de vida. O que representa lidar bem com situações onde a maturidade e a segurança contam. Muitas vezes, pessoas idosas atuaram em diferentes áreas durante anos, o que lhes confere muito aprendizado. 

Comprometimento e disponibilidade

Em geral, profissionais acima dos 50 anos têm maior disponibilidade de tempo e horário. Muitos já criaram os filhos e não têm compromissos extras, como reuniões escolares ou consultas pediátricas. Ainda, não necessitam de licença maternidade ou casamento. Afinal, todos já passaram por essa fase. 

Outra característica dos idosos é a dedicação, o comprometimento e a valorização da oportunidade. Esses valores são pontos fortes na chamada geração baby boomer, representada pelos nascidos entre 1945 e 1960. 

Dicas para contratar e integrar idosos na empresa

Diante dos benefícios, inserir idosos no mercado de trabalho é uma estratégia de gestão interessante para empresas que apoiam a diversidade. Agora, citaremos dicas para contratar e integrar esse público. Acompanhe!

Crie programas de inclusão 

As políticas de inclusão deveriam ser uma premissa básica nas organizações. Mas nem todas investem nesse diferencial. Nossa sugestão é implementar programas para profissionais maduros. De preferência, descreva as particularidades da contratação e do cargo. 

Empresas que mantêm programas desse tipo conseguem vencer a rejeição dos colegas. Assim, os colaboradores serão educados para receber os mais velhos com carinho, senso colaborativo e respeito. 

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Desenvolva um processo de onboarding específico para idosos

É durante o onboarding que o novo colaborador conhece a empresa, seus departamentos, processos e colegas de trabalho. Portanto, não há razão para excluir os colaboradores da terceira idade desse processo. 

Trate-os como qualquer novo funcionário. O idoso deve percorrer o mesmo caminho que um profissional mais jovem. Assim, o colaborador 50+ se sentirá à vontade para tirar suas dúvidas e compreender o fluxo de trabalho.

Se for necessário, inclua etapas específicas no onboarding dos veteranos. Qualifique para utilizar softwares e programas, explique sobre ferramentas para videochamadas e reuniões online, ainda, mostre como usar as redes de comunicação interna.

Entenda que é possível que o idoso precise de apoio para lidar com novas tecnologias. E está tudo bem. A pessoa é capaz e vai conseguir. 

Dê condições adequadas de trabalho

Como dissemos, o profissional da terceira idade não deve ser visto como alguém limitado ao trabalho. Ao contrário, as empresas devem mostrar que eles têm valor para o negócio como qualquer outro colaborador. No entanto, é essencial cuidar do bem-estar desse profissional. Por isso, dê atenção aos seguintes fatores:

Por fim, não deixe de dialogar ativamente com toda a equipe sobre temas como preconceito e outras crenças limitantes. Aproveite para conferir, na prática, como a Sólides implementou o programa de contratação de profissionais 50+ e tenha insights para aplicar na sua empresa!

E considere que fazer a gestão de talentos de uma empresa exige tratamento igualitário. Para saber mais sobre o assunto, confira o ebook que preparamos sobre como fazer gestão de talentos.

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