Um estudo recente, feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), revelou que os casos de ansiedade e estresse dos trabalhadores brasileiros mais que dobraram durante a pandemia da COVID-19. Ainda, segundo a pesquisa, controlar ansiedade se torna ainda mais difícil pelas pressões externas do momento, como medo da contaminação com o vírus e do desemprego, além das diversas mudanças no cotidiano impostas pelo isolamento social.
Diante desse cenário, vale ressaltar que, o trabalho em home office se tornou a alternativa mais viável para que as empresas não paralisem suas atividades. Logo, mesmo os profissionais que não estão acostumados a esse tipo de atuação, tiveram que se adaptar em pouco tempo a diversas mudanças na forma de produzir, ocasionando também uma pressão interna e, muitas vezes, resultando em quadros de ansiedade.
Entretanto, as crises também podem ser motivadoras nas empresas. E é nesse momento que se torna indispensável a boa gestão de um líder, aquele que sabe analisar e elaborar ações e estratégias de motivação e engajamento com base nos perfis comportamentais — resultando em um time de alta performance.
Se você quer entender melhor sobre os motivos causadores da ansiedade e qual o papel da liderança em ajudar seus colaboradores nos momentos de instabilidade nas empresas, continue a leitura!
Quais as causas para a ansiedade?
Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que os transtornos mentais e comportamentais estão entre os principais motivos de perdas de dias de trabalho no mundo, fazendo com que colaboradores faltem entre 4 até 200 dias de trabalho, por ano.
Em segundo lugar, atingindo mais de 260 milhões de profissionais, está o transtorno de ansiedade. No ambiente corporativo, ela pode surgir por diversos motivos, como excesso de atividades, metas inatingíveis, falta de reconhecimento por parte dos líderes, entre outros.
Em tempos de coronavírus, com o isolamento social, além dessas situações, outras circunstâncias podem desencadear ainda mais esse transtorno nos colaboradores:
- a incerteza de quando a pandemia vai acabar;
- o medo da contaminação com a possibilidade de morte;
- a necessidade do confinamento;
- dificuldade de ajustar a rotina com o home office;
- demissões em massa.
Como eu percebo que o colaborador está com ansiedade?
Sofrer por antecipação é um comportamento marcante da ansiedade. Quando um colaborador utiliza muitos os termos: não vai dar certo, não vai dar tempo ou não consigo, é sinal que a empresa precisa escutar e acolher esse profissional.
Outras características marcantes de um profissional ansioso é quando ele começar a fazer uma tarefa e não termina, além de se interessar por muitas coisas ao mesmo tempo e não concluir nenhuma delas. Uma maneira de identificar pessoas ansiosas na empresa é observar se o colaborador demonstra comportamentos instáveis, como se irritar facilmente.
Como controlar a ansiedade na quarentena?
Tendo em mente que cada pessoa é diferente da outra, é natural que algumas se adéquem com facilidade ao trabalho remoto e outras não. Por isso, não deixe de contar com a ajuda de um software de RH com análise de perfil comportamental. Assim, você poderá, por meio da leitura correta de dados, antecipar-se, elaborando estratégias preditivas, evitando que transtornos, como o de ansiedade, acometam sua equipe nesse período de home office.
A Inteligência Artificial no RH auxilia os profissionais do setor juntamente com gestores e líderes, no reconhecimento dos padrões e das tendências de cada um dos colaboradores com base nos perfis comportamentais. Dessa forma, as lideranças também podem separá-los em grupos e tomar decisões mais efetivas.
Para os comunicadores, que são pessoas que sentem uma maior necessidade de interação, incentive-os na liderança de novos projetos, reuniões e na organização de happy hours virtuais.
Já para os executores, que são aqueles que têm muita energia, incentive a prática de aulas online de atividades físicas. Agora, no caso dos analistas e planejadores, que tendem a ser mais pessimistas em relação a mudanças, envie constantemente notícias positivas que mostrem que essa situação já está perto do fim.
Qual o papel da liderança durante a pandemia?
Mesmo em um momento de instabilidade, quando o líder dificilmente terá todas as respostas, ele precisa ser uma referência para a equipe, passando segurança e mostrando que a empresa está buscando o melhor para os seus colaboradores. Conheça agora algumas ações que demonstram uma boa liderança em tempos de pandemia.
Valorizar o capital humano das empresas
Com o aumento da ansiedade dos colaboradores, invista mais do que nunca em uma gestão humanizada. Reserve um tempo para conversar com cada colaborador individualmente sobre o andamento de suas tarefas e, também, sobre assuntos da sua vida pessoal.
Além disso, disponha de toda a infraestrutura física e tecnológica que o colaborador precisa para o trabalho em home office. Ainda, é importante compartilhar todos os projetos na nuvem e disponibilizar instrumentos de comunicação interna online para que todos tenham facilidade de acesso a suas tarefas, melhorando a comunicação e a produtividade.
Fomentar a esperança
Entre os princípios básicos de uma boa liderança estão manter o equilíbrio e a serenidade, mesmo em situações de crise, tranquilizando a equipe. Além disso, é papel do líder adquirir a confiança de seus liderados por meio de dados e ações de coletividade que mostrem que o epicentro da crise logo passará — e que todos ficarão bem.
Reduzir a tolerância ao risco zero
Durante uma pandemia é importante que o líder demonstre que não quer colocar sua equipe em risco. Logo, ele deve determinar práticas que reduzam as ameaças que o momento dispõe a praticamente zero.
Um exemplo é garantir que colaboradores com maior risco de desenvolverem a forma mais grave da doença trabalhem em home office enquanto durar a pandemia — mesmo após o relaxamento da quarentena na empresa.
Demonstrar sua vulnerabilidade
Mesmo em um papel de liderança, mostre que você também é humano e está aprendendo com toda a situação.
Seja compartilhando com sua equipe hábitos de higiene que adquiriu como forma de prevenção, contando o que sua família e você adotaram como medidas para economizar nas contas de casa e ideias que teve para ajudar outras pessoas que foram afetadas economicamente pela pandemia.
Entender os impactos do coronavírus
Um bom líder não deve só buscar conhecimento na sua área de atuação. É importante também que ele esteja munido de informações corretas e entenda os impactos do coronavírus na sociedade.
Por isso, é necessário que ele busque informações em canais de comunicação confiáveis, além de relatórios diários da Organização Mundial da Saúde (OMS) e procure o entendimento das mesmas com intuito de proteger seus liderados dos riscos e fomentar a esperança da equipe.
Mostrar credibilidade
Depois de estudar o cenário em fontes confiáveis, é ideal que o líder ouça e siga rigorosamente as orientações dos técnicos, órgãos de saúde nacionais e internacionais e acalme os ânimos da equipe, focando nas questões importantes para que o time continue a crescer.
Embora alguns momentos da crise exigirão ação imediata, esse cenário é volátil. Logo, também é importante que os líderes parem, reflitam e pensem nas medidas que serão adotadas de acordo com o que a fase exige. Essa postura analítica aumentará a confiança da equipe em relação ao seu líder.
Concentrar-se nas pequenas ações
Mesmo durante uma crise global, pequenas coisas podem tornar o dia do colaborador mais motivador. Para tanto, por meio dos instrumentos de comunicação interna, continue a fornecer feedbacks constantes (principalmente os positivos), tenha transparência no alinhamento dos objetivos e, claro, estimule e bonifique os profissionais que se destacam.
Ter disposição para ajudar
Comunique-se ao máximo com seus colaboradores por telefone ou chamada de vídeo, dando abertura ao diálogo. É importante estar disponível para que eles se abram sobre suas preocupações pessoais e profissionais. Assim, o líder saberá qual a melhor forma de ajudar nessa situação tão nova para todos.
Como os grandes líderes estão lidando com o coronavírus?
Assim como os liderados se espelham em seus líderes, os mesmos têm como referência, para fazerem um bom trabalho, outros grandes gestores. Veja como alguns desses grandes empresários estão se comportando nesse momento de crise.
Elon Musk — CEO da Tesla Motor
Mesmo diante de números assustadores sobre o contágio da COVID-19 no mundo inteiro, o CEO da Tesla, Elon Musk, deu declarações polêmicas e contraditórias sobre o momento. Em carta aberta, Elon declarou que o pânico em relação ao coronavírus era “idiota”, afirmando que acidentes de carro matam muito mais do que a doença.
Ainda assim, Musk deixou suas opiniões pessoais de lado ao observar a preocupação de seus colaboradores com a pandemia, permitindo que aqueles que se sentissem desconfortáveis trabalhassem em home office e até deu conselhos sobre como se proteger do contágio.
Bill Gates — Fundador da Microsoft
Ao contrário de Elon Musk, Bill Gates se mostrou bastante preocupado em relação ao coronavírus. Em um de seus últimos artigos publicados, Gates ressaltou: “Espero que (o coronavírus) não seja tão ruim assim, mas devemos presumir que será até sabermos o contrário”.
E toda essa preocupação não se resumiu somente a palavras. Atualmente, afastado dos seus compromissos formais com a Microsoft, Gates se dedica a projetos filantrópicos por meio de sua fundação. E foi por ela que ele realizou doações milionárias e distribuiu testes caseiros da COVID-19 nos Estados Unidos.
Tim Cook — CEO da Apple
Além de também doar dinheiro para a prevenção da COVID-19, Tim Cook, tomou diversas medidas para proteger seus colaboradores da contaminação do coronavírus. Com intuito de auxiliar outros gestores a adotar as melhores ações de prevenção, ele também compartilhou essas atitudes externamente, por meio de um memorando.
Em um comunicado enviado à imprensa, Tim ressaltou: "O que aprendemos juntos nos ajudou a desenvolver as melhores práticas que estão ajudando enormemente em nossa resposta global".
Como ter uma liderança empática?
Ser um líder empático consiste na habilidade de perceber certos comportamentos e atitudes de seus colaboradores, mesmo sem que eles precisem dizer algo sobre — e se colocar no lugar deles, compreendendo seus motivos. Confira a seguir algumas formas de desenvolver uma liderança empática.
Valorize a saúde mental dos colaboradores
Mesmo em um cenário pessimista, algumas ações simples podem contribuir para melhorar a saúde mental dos colaboradores durante a pandemia.
Muitas delas já mencionamos aqui, como sempre estar disposto a ouvir o que o profissional tem a dizer, reconhecer suas tarefas cumpridas e criar ações motivadoras de acordo com seus perfis comportamentais. Além disso, é importante disponibilizar psicólogos para atendimento online gratuito, seja individual ou em grupo.
Incentive a inteligência emocional
Por mais que a situação não esteja favorável, manter o otimismo diante dos colaboradores ajuda a espantar a ansiedade e trabalhar a inteligência emocional do time. Para isso, procure mostrar o lado positivo de toda essa situação, afinal, quando tudo isso passar, a empresa estará mais forte e preparada para novos desafios.
Além disso, incentive sua equipe a manter uma boa dieta alimentar e dê dicas sobre exercícios físicos e de respiração, ações fundamentais para um bom desempenho no trabalho em home office.
E mais do que nunca, lembre-se de utilizar um software com inteligência de dados para auxiliar nas mudanças que esse momento exige.
O Profiler da Sólides é uma ferramenta que pode auxiliar você de forma rápida e eficaz nesse desafio. Ele tem como objetivo mapear competências, dentre outras atribuições, facilitando no direcionamento do colaborador certo para as tarefas corretas — o que pode contribuir para o seu bem-estar, controlar ansiedade e evitar o esgotamento mental.
E se você deseja realmente criar um diferencial na gestão da sua empresa durante a pandemia, não deixe de ler também nosso conteúdo sobre a importância do RH ser estratégico em tempos de crise!