Dos modelos de gestão atuais, a gestão por competências é aquele que mais avança. As habilidades dos colaboradores precisam ser descobertas e alocadas dentro das empresas, para garantir máxima produtividade. Entender como mapear as competências é um recurso fundamental para a gestão de pessoas.
Conseguir fazer esse mapeamento, porém, pode ser bastante desafiador para muitos RH. É preciso estabelecer uma boa comunicação com os gestores para descrever as necessidades da organização. Contar com um software de gestão pode ajudar.
Se você quer entender como fazer o mapeamento de competências e colocar essa análise a seu favor, continue a leitura!
O que é competência?
Sob os olhos do RH, a competência é uma matriz baseada no conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) que são requeridos para suprir as demandas de determinada posição dentro da empresa. O conceito, presente no mundo corporativo desde a década de 1970, foi se tornando mais complexo e abrangente com o tempo. De qualquer modo, com os três critérios mensuráveis da competência, um departamento de recursos humanos pode desenhar um perfil para o candidato “ideal” a assumir cada posição em aberto. O conhecimento dentro do contexto de competência exprime a qualificação técnica e a formação do indivíduo. As habilidades, por outro lado, refletem a experiência necessária para se ocupar uma função. Por outro lado, a chamada atitude reflete não apenas a capacidade de obter resultados, mas também os atributos comportamentais esperados para que uma pessoa exerça determinada função. Dentro de um processo de seleção, embora as duas primeiras variáveis possam ser preenchidas pela análise curricular e por entrevistas simples junto ao candidato, muitas companhias ainda se veem incapazes de avaliar de antemão as possibilidades de reação emocional dos candidatos. Medir o desempenho de um profissional é algo possível apenas quando esse indivíduo já está realizando suas funções. Dessa maneira, a análise das competências socio-emocionais é considerada como desafiadora durante o recrutamento. Mas é possível conhecer essas competências com antemão, entretanto, é preciso definir quais as que a organização busca para determinada função.Qual o passo a passo para mapear as competências?
O mapeamento e a descrição de competências, para organizações que escolham gerir seus negócios sob essa óptica, é o primeiro grande passo a ser dado para assumir o modelo. Os passos que se seguem são todos decorrentes de um bom mapeamento:- começando pelo mapeamento e descrição das competências, a organização opta por um modelo baseado nesse fator;
- as competências têm de ser medidas e avaliadas conforme sua importância para a organização;
- estratégias de remuneração para essas competências precisam ser desenvolvidas;
- o recrutamento e a seleção de colaboradores tem de avaliar e priorizar a contratação de novos funcionários com base em suas competências e nas necessidades da empresa;
- competências dentro do quadro precisam ser fomentadas e desenvolvidas, por meio de programas de incentivo e treinamento.
- o desempenho precisa também ser avaliado com base nas competências;
- planos de desenvolvimento e negócios também precisam estar baseados nesse fator.
Com o associar as competências e o perfil comportamental?
A variável atitude é o grande ponto de interrogação dentro de uma rotina de recrutamento e seleção. Como averiguar reações e posicionamento de pessoas em relação a determinadas situações e acontecimentos, quando elas nem sequer foram contratadas ainda? Nas últimas décadas, a avaliação de perfis comportamentais é algo que vem crescendo sistematicamente dentro das rotinas de RH. Em cima de uma sondagem realizada com cada um (funcionário ou candidato) é possível traçar tendências de comportamento e reações. Essas informações dão ao RH uma imagem nítida de como um profissional deve reagir perante dificuldades, desafios, metas, pressão, etc. Há hoje sistemas que permitem o mapeamento de competências em conjunto com a definição de perfis comportamentais, como é o caso do Profiler. As competências, nesse caso, são mensuradas como uma componente do comportamento, das habilidades e das atitudes de cada candidato ou colaborador. São muitos os traços e competências medidos, mas podemos citar alguns deles:- Agressividade: De uma forma positiva, mede o grau de propensão da pessoa em seguir adiante em busca de suas metas e objetivos, e seu senso de competição. Pessoas com alto nível de agressividade transformam metas comuns em disputas e desafios pessoais, fazendo de tudo para conseguir resultados;
- Mudança: A facilidade de operar e lidar com mudanças é também uma competência importante e um fator que em muitas empresas é primordial na hora de contratar ou promover pessoas;
- Dominância: Indica a predisposição de alguém em assumir ou buscar a liderança e sua facilidade de estar no comando de situações diversas, assim como seu potencial em exercer influência sobre outros colaboradores;
- Extroversão: Geralmente ligada à comunicação, essa competência indica as habilidades e o comportamento que tende a ser expansivo, comunicativo e de enorme grau de sociabilidade;
- Formalidade: Aponta a facilidade de uma pessoa em lidar com regras e condutas formais, e de operar dentro de um ambiente regulamentado. Algumas tarefas e funções em uma empresa exigem que o funcionário possua um elevado grau dessa competência, como em segmentos de auditoria ou contabilidade;
- Concentração: Nível de capacidade/necessidade de concentração para execução de um trabalho que exige atenção e constância. Esta competência mensura não só a capacidade de a pessoa se concentrar como também sua necessidade de um ambiente adequado para tal atividade;
- Paciência: Também uma competência, a paciência mede até que ponto uma pessoa tem ou é capaz de se esforçar para manter a tranquilidade e o raciocínio em situações estressantes ou que fujam a seu controle, ou ainda a grandes doses de pressão no trabalho;
- Automotivação: Aponta a capacidade da pessoa em criar motivação e propósito por conta própria, desenvolvendo altos níveis de produtividade mesmo quando a organização ou seus superiores não criam um ambiente favorável ou motivacional;
- Independência: Indica o grau de autonomia de um indivíduo ao realizar tarefas ou até mesmo tomar decisões a respeito de suas incumbências dentro da empresa;
Como usar as competências na gestão?
Em miúdos, gerir por competências significa que, além de mapeá-las, você terá de medir essas competências de forma constante. Em outras palavras, é preciso gerenciar com foco no desempenho e na performance dos profissionais, usando as competências como base para os indicadores que irão mensurar esse desempenho. A gestão por competências possui algumas vantagens em relação a outros modelos, embora sua implementação dependa de vastos e constantes estudos na área de RH:- desenvolvimento de equipes com orientação para determinadas competências valorizadas ou requeridas pela empresa;
- identificação e atendimento a lacunas de competências tanto de modo individual como coletivo;
- ambiente de maior autonomia e competitividade;
- sensação de avanço e mérito entre o corpo de funcionários;
- foco no treinamento e capacitação do pessoal.