Você sabia que a diversidade geracional pode fazer com que a empresa precise realizar alterações na sua gestão? As novas gerações, por exemplo, buscam por organizações que ofereçam autonomia no trabalho, além de liberdade para experimentar e inovar.
Mas afinal, como trazer esses diferenciais para o seu negócio? E qual a importância de oferecer esse tipo de liberdade para os colaboradores dentro da organização? Confira nosso post completo e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto.
O que é ter autonomia no trabalho?
Uma empresa que oferece autonomia no trabalho permite que seus colaboradores fiquem no comando de suas tarefas e toquem os projetos da forma como julgam mais adequada.
Desse modo, a organização dá liberdade para que os profissionais tomem suas próprias decisões sobre como proceder em determinadas situações.
Isso não quer dizer, no entanto, que não exista uma supervisão do gestor e uma liderança ativa. A diferença é que o líder deixa de atuar de forma operacional e passa a agir estrategicamente, buscando delegar tarefas e se tornando uma ponte entre os interesses dos colaboradores e da empresa.
Para que a organização proporcione autonomia, no entanto, é preciso uma cultura organizacional clara e alinhada com os colaboradores, de forma que eles entendam o objetivo central do negócio e tracem todas as suas ações orientadas neste mesmo caminho.
Assim, os profissionais não precisam ficar esperando autorização sempre que forem tomar uma decisão, e sim, têm a liberdade de resolver problemas da forma que acharem mais adequada, desde que, faça sentido com os objetivos e a cultura da empresa.
Essa liberdade no trabalho é uma tendência nos modelos de gestão e é bastante valorizada por profissionais das gerações Y e Z, que são mais ligados à inovação, preferem o trabalho remoto, têm espírito empreendedor e são otimizadores de tempo.
Qual a importância da liberdade para o profissional
É importante entender que autonomia não é “bagunça”. Para que ela traga frutos, é preciso método, orientação e acompanhamento. Contudo, os líderes também precisam dar liberdade aos colaboradores para que eles exerçam suas funções.
Esse tipo de liberdade é um voto de confiança da empresa para o colaborador, o que faz com que ele se sinta reconhecido em sua competência e no seu potencial, trazendo mais satisfação e felicidade em relação ao trabalho.
A cultura de confiança e liberdade também favorece a criatividade e a inovação dentro da organização, uma vez que os colaboradores se sentem livres, não só para agir em suas funções, mas também para compartilhar ideias e soluções criativas.
Ambientes de trabalho cheios de regras, em que os profissionais são monitorados, controlados e vigiados dão a sensação de que os colaboradores são apenas peças de um sistema, e não pessoas com talentos e habilidades. Dessa forma, a falta de autonomia e de confiança da empresa em seus empregados acaba minando qualquer possibilidade de criatividade, inovação e colaboração nas equipes.
Quais os benefícios para a empresa
A autonomia no trabalho proporciona um ambiente de confiança e traz mais satisfação aos colaboradores, mas ela não beneficia somente a eles. A empresa também tem muito a ganhar quando propõe uma gestão horizontal. Entenda alguns dos benefícios.
Aumenta o engajamento e a motivação
Empresas com regras rígidas e lideranças sufocantes tornam o trabalho entediante e maçante. Em contraponto, a liberdade e a autonomia são revigorantes e refletem diretamente no engajamento e na motivação dos colaboradores.
Quando o gestor demonstra confiança nos profissionais e dá a eles mais responsabilidades, esses colaboradores tendem a se esforçar mais para entregar acima das expectativas e provar que são merecedores dessa confiança.
Melhora a retenção dos talentos
A autonomia profissional faz com que os colaboradores se sintam valorizados e felizes no trabalho, dessa forma, ela é também uma importante ferramenta de retenção de talentos.
Afinal, quando os profissionais não sentem que fazem a diferença na empresa e que têm importância, o caminho natural é buscar novas oportunidades, em organizações que enxerguem suas potencialidades e valorizem sua colaboração.
Constrói uma cultura de confiança
Um ambiente que valoriza a confiança e a transparência é benefício para todas as partes e garante uma força de trabalho que atua com mais eficiência e produtividade.
Além disso, os conflitos internos diminuem e o clima organizacional melhora significativamente, tornando o ambiente mais colaborativo, interativo e agradável no dia a dia da empresa.
Promove o desenvolvimento de habilidades
Quando os colaboradores têm autonomia, eles têm mais espaço e liberdade para sugerir novos caminhos e tomar decisões mais arriscadas. Nessas situações, é comum que eles precisem buscar informações e conversar com outros profissionais.
Essa busca por respostas contribui diretamente para o desenvolvimento de habilidades e competências e fomenta uma cultura de autonomia e inovação dentro da organização.
Aumenta a responsabilidade da equipe
Oferecer mais autonomia também ajuda seu time a desenvolver um maior senso de responsabilidade em suas funções. Afinal, os profissionais passam a ser os principais responsáveis por suas próprias tarefas.
Dessa forma, a capacidade de iniciativa no trabalho pode ser importante para o desenvolvimento de novas lideranças e para preparar os profissionais para cargos de maior responsabilidade.
Melhora os resultados da empresa
Inovação e produtividade são dois fatores fundamentais para melhorar a eficiência empresarial e fazer com que sua empresa se destaque no mercado. Assim, a autonomia no trabalho pode ser decisiva para reduzir custos, como os de turnover, e tornar o negócio mais lucrativo e bem sucedido.
Como equilibrar autonomia x confiança x responsabilidade
Afinal, como equilibrar autonomia, confiança e responsabilidade na gestão? Primeiro, é preciso entender que a confiança no time é fundamental para o engajamento e a autonomia dos profissionais.
Se o líder não confia na sua equipe, ele acaba fazendo um microgerenciamento, o que é completamente anti produtivo e mina qualquer contribuição criativa.
Já no caso da responsabilidade, a resposta é simples: é preciso clareza e transparência. É essencial que a empresa consiga ser clara quanto às expectativas e limitações do próprio negócio.
É importante entender que fornecer autonomia não significa permitir que todas as regras sejam quebradas. É necessário que gestores e colaboradores conheçam os regulamentos e fatores limitadores e que possam encontrar as melhores soluções juntos, dentro das estruturas preestabelecidas pela organização.
Como identificar se o time está pronto para ser autônomo
Você já sabe o que significa ter autonomia e as vantagens que essa gestão horizontal pode trazer, mas será que esse modelo funciona para todos os negócios? Depende. Cabe ao gestor entender qual a realidade da equipe e se essa possibilidade faz sentido.
O ideal não é sair delegando todas as tarefas de uma hora para a outra, e sim, buscar explorar nos colaboradores a autogestão, ou seja, estimular que os profissionais tomem determinadas decisões dentro dos seus limites.
Também é preciso ficar de olho nas características de cada membro do seu time, entendendo se eles têm experiências, conhecimento técnico, perfil e potencial para atuar de forma autônoma.
Para isso, vale a pena realizar o mapeamento comportamental do time, para conhecer habilidades e competências de cada indivíduo, além de realizar a gestão de pessoas de perto, por meio de avaliações de desempenho.
4 dicas para promover a autonomia no ambiente de trabalho
Você acha que seu time está preparado para receber mais autonomia nos processos do dia a dia? Então confira algumas dicas para incorporar na gestão.
1. Invista na comunicação interna
A comunicação clara e transparente é a base da cultura de confiança, por isso, ela é fundamental em uma gestão que preza por autonomia, tanto entre líderes e liderados, quanto entre diferentes equipes.
Imagine, por exemplo, que você tem um time autônomo, mas que não se comunica entre si.
Nesse cenário, todos os colaboradores poderiam acabar tomando decisões que consideram melhor para a empresa, mas por falta de alinhamento e diálogo, estariam fadados a resultados negativos a longo prazo.
2. Forneça suporte sempre que necessário
Um bom líder precisa saber quando é a hora de intervir e dar suporte para que os colaboradores consigam realizar suas tarefas, mesmo que eles tenham autonomia.
Afinal, gestão de autonomia, atribuições e responsabilidades também é uma tarefa da liderança.
Dessa forma não tenha receio de monitorar o progresso do time e intervir caso seja necessário. Nesses casos, no entanto, o ideal é orientar e ajudar o colaborador a colocar o projeto de volta nos trilhos, e não assumir totalmente o controle.
3. Estabeleça metas claras para todos
Um fator que atrapalha a autonomia dos colaboradores é a falta de metas claras. Tenha em mente que uma pessoa não pode tomar decisões inteligentes se ela não souber ao certo qual a tarefa que lhe foi atribuída e qual o objetivo dessa tarefa.
Assim, é importante que o líder alinhe expectativas e metas, de forma que todos os profissionais saibam o que deve ser priorizado.
4. Valorize o bom trabalho
Por fim, é importante oferecer feedbacks consistentes para que os profissionais entendam onde estão errando e onde estão acertando, e possam desenvolver a autogestão e a criatividade cada vez mais.
Além disso, o bom trabalho, tanto individual quanto em equipe, deve ser valorizado e reconhecido, para demonstrar que o time está no caminho certo e que as próximas ações devem seguir a mesma lógica.
Próximo passo
Dar mais autonomia no trabalho é uma excelente forma de engajar a equipe, atrair profissionais criativos e garantir resultados mais expressivos no negócio.
Para implementar esse modelo horizontal, no entanto, é importante que a empresa tenha uma cultura de confiança difundida entre os colaboradores.
Quer entender melhor como a cultura pode influenciar no dia a dia da corporação? Confira 13 exemplos de cultura organizacional para inspirar ou evitar na sua empresa.