Absenteísmo e clima organizacional: efeitos do comportamento no ambiente

foto de uma mesa de escritório onde é possível identificar um notebook
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O absenteísmo nas empresas é um aspecto que deve ser gerido. Os motivos que levam a aumentos ou reduções dos índices de absenteísmo são diversos, mas esse problema gera efeitos positivos e negativos em todas as partes envolvidas no processo. Por isso, correlacionar absenteísmo e clima organizacional é necessário. Muitos departamentos de RH preocupam-se em avaliar o comportamento dos funcionários que apresentam um quadro de absenteísmo elevado, mas deixam de analisar os efeitos e as consequências que essas faltas são capazes de produzir no restante da empresa. Neste artigo, falaremos a respeito dos efeitos que o aumento do absenteísmo produz no clima organizacional. Acompanhe!

Como o absenteísmo impacta em equipes?

Funcionários faltosos geram impacto em todo o time do qual fazem parte. Durante o período em que encontram-se afastados, criam um excedente de trabalho para suas equipes — mas isso não tem apenas aspectos negativos. Positivamente, podemos relacionar:
  • possibilidade de realização de diferentes tarefas e funções por parte de outros membros da equipe;
  • fortalecimento do sentimento de trabalho em conjunto;
  • reforço da liderança e da autoridade dos gestores;
  • aumento da capacidade de flexibilidade e adaptação das equipes.
Entretanto, muitas vezes é preciso gerir problemas de comportamento que tendem a surgir, mais em caráter individual, porém também no grupo como um todo, por conta da ausência de determinados colegas. A carga de trabalho é um problema. Especialmente em equipes para as quais o volume de serviço excessivo já representa uma questão que impacta negativamente na produtividade, o absenteísmo pode ser um verdadeiro tiro de misericórdia. A produtividade cai e falhas, inconsistências e mesmo acidentes tendem a se elevar, com os colaboradores restantes assumindo uma responsabilidade maior e em áreas para as quais, muitas vezes, não dispõem de competências e habilidades adequadas — ou mesmo do perfil comportamental correto. Imagine que um colaborador da área de vendas, com perfil altamente comunicador, tenha de realizar um tratamento que vai demandar um afastamento de 15 dias. O contingente da equipe vai absorver parte de seus afazeres e gerenciar parte de seus clientes. Clientes sentirão a diferença e determinadas habilidades de venda dominadas pelo funcionário faltante não poderão ser cumpridas por um colega que tenha um perfil mais analítico ou planejador. Tais problemas podem também gerar conflitos ou exaltar diferenças existentes entre colaboradores. Em alguns casos, o absenteísmo de um ou mais funcionários é capaz de criar comportamento similar em outros colegas. Faltas injustificadas, atrasos, transtornos com autoridade e outros. A função do RH, nesses casos, vai além do mero atendimento ao colaborador faltoso. É preciso auxiliar os líderes de equipes a detectar profissionais com competências e com o perfil adequado para assumir, ainda que transitoriamente, tarefas que sejam essenciais e de incumbência do funcionário ausente. Monitoramentos têm de ser realizados com frequência, garantindo que aspectos positivos do absenteísmo possam ser desenvolvidos e majorados, ao mesmo tempo em que seus aspectos negativos são mitigados.

Como correlacionar absenteísmo e clima organizacional?

O clima organizacional nada mais é do que uma somatória do comportamento dos indivíduos que congregam a massa de colaboradores de uma empresa, mais os fatores físicos que os influenciam, como o local, as condições de conforto, o mobiliário, as instalações, entre outros. O absenteísmo tem influência nesse clima e pode criar modificações inicialmente imperceptíveis para a maioria dos gestores, que geram complicações à medida que o tempo passa. O RH precisa estar atento à influência do absenteísmo no ambiente, identificando variações de comportamento em fases preliminares, que possam ser operadas e gerenciadas antes que padrões sejam solidificados e absorvidos pela massa de trabalhadores. O absenteísmo é sempre acompanhado por determinados padrões dentro das empresas, que podem ou não aparecer em graus diferentes:
  • aumento do volume e da frequência de reclamações e reivindicações de funcionários;
  • elevação dos problemas relacionados à liderança e coordenação de equipes;
  • agravamento das consequências do estresse;
  • maior propensão a acidentes e falhas;
  • aparecimento de conflitos entre colaboradores e departamentos.
Cada um desses fatores pode operar mudanças no clima organizacional. Por exemplo, uma maior propensão a acidentes pode gerar mudanças comportamentais compatíveis com uma sensação de insegurança maior dentro da empresa. Mais conflitos entre funcionários são capazes de criar um comportamento padrão individualista, minando projetos e atividades em equipe. Líderes afetados por ausências constantes em seus quadros podem tornar-se mais propensos a abusos de poder e a episódios de assédio moral junto a seus liderados. A maioria dessas mudanças de comportamento podem ser antecipadas com a elevação dos índices de absenteísmo, mas operá-las é algo que exige dos departamentos de RH e de gestão um bom conhecimento e domínio dos aspectos comportamentais do pessoal envolvido. Como lidar com funcionários introspectivos expostos a público por conta da ausência de colegas mais desinibidos? Como manter a produtividade quando uma equipe está sem seus principais executores em campo? Como impedir que ações improvisadas elevem o volume de falhas, mesmo prescindindo dos planejadores que davam conta do recado? Conhecer os perfis comportamentais é tão importante quanto modular e distribuir competências nesses casos. Líderes geralmente operam administrando a escassez, mas os responsáveis pelos recursos humanos precisam ir além — eles têm que antecipar tal escassez e criar modelos de resposta a casos dessa natureza. Se diminuir os índices de absenteísmo é uma meta, gerenciar comportamentos e antecipá-los é uma espécie de “plano B”. Além disso, programas de redução de absenteísmo geralmente exigem longo prazo até que os impactos positivos possam ser mensurados na produtividade. Até lá, é preciso zelar para que ela não caia.

Como ter equilíbrio e maior produtividade?

Muitos países na atualidade discutem os efeitos da redução das jornadas de trabalho e o aumento do uso de mão de obra remota. Claro que isso não é uma realidade possível em todos os casos, mas a verdade é que o absenteísmo produz efeitos positivos para a sociedade como um todo — embora resulte em um grande impacto negativo no final da equação. O estresse é um dos maiores transtornos na saúde ocupacional na atualidade. Ao reduzir sua jornada por motivos quaisquer, funcionários fatalmente passam maior tempo com seus grupos familiares, têm mais tempo para resolver problemas e afazeres pessoais e diminuem sua exposição à pressão do cotidiano. Contudo, os níveis de produtividade desabam e a sociedade é afetada como um todo, produzindo menos riqueza e renda. A avaliação de possibilidades de trabalho remoto e de redução de jornadas é um tema central e amplamente relacionado ao absenteísmo. Tais tendências têm o poder de trazer maior equilíbrio à equação, diminuindo o estresse e a exposição do trabalhador, criando um ambiente no qual, mesmo atuando por menos horas, um funcionário possa elevar sua produtividade média. O comportamento, novamente, é um aspecto fundamental em tais experiências. Profissionais, a depender de seu perfil, podem ser mais ou menos propensos a assumir as responsabilidades de uma jornada flexível. Para alguns deles, flexibilidade no expediente não é algo positivo, para outros é uma dádiva. Os efeitos da flexibilização, assim como aqueles do absenteísmo, nunca podem ser tomados de forma individualizada. Eles influenciam a todos dentro da empresa e a ela como entidade.

Quais os principais passos para reduzir o absenteísmo?

Já entendido os principais pontos positivos e negativos relacionados ao assunto, é hora de entender como o número de faltas e atrasos pode ser reduzido na companhia. Isso, claro, depende de um conjunto de ações, que podem ser aplicadas em conjunto. O mais importante é o comprometimento de toda a liderança, inclusive do CEO da organização. Confira:

Contratação das pessoas certas

Por mais estranho que possa parecer, a redução do absenteísmo deve começar ainda no processo de recrutamento. É comum que toda essa atividade seja desenvolvida pensando nos conhecimentos e habilidades do candidato que será contratado, mas esquecendo-se dos seus valores e de como isso se relaciona com a cultura organizacional. Um contratado que não demonstra aderência à cultura da companhia ou à equipe de trabalho, provavelmente terá um nível de absenteísmo maior, afinal, ele não se encaixa adequadamente no ambiente. Para fazer tal análise, é indispensável contar com o auxílio de um sistema de análise de perfil comportamental, que gera relatórios sobre cada candidato de forma ágil, eficiente e segura.

Maximização da comunicação interna

comunicação dentro da empresa tem um importante papel: ela contribui para que as equipes fiquem alinhadas, que erros operacionais sejam reduzidos, bem como que o número de acidentes internos sejam mitigados. O problema é que, na prática, muitas companhias dão pouca atenção ao assunto, deixando-o em segundo plano. Um importante aspecto para a melhoria do diálogo é a implementação de novos canais de comunicação, como: informativos e jornais corporativos, murais de recados, redes sociais corporativas, aplicativos mobile etc. E, mais uma vez, é indispensável que haja um comprometimento dos líderes, que devem cascatear as informações importantes.

Elaboração de um programa de incentivo

A elaboração de um plano de incentivo para pontualidade e assiduidade é outra ótima solução, que implicará na redução das faltas e atrasos. Grosso modo, significa que aqueles profissionais que menos faltarem ou se atrasarem serão premiados pela empresa. Isso, além de diminuir o absenteísmo, é uma forma de valorizar a equipe e até de conter a saída de talentos. As premiações aos colaboradores podem ser as mais diversas, dependendo muito do seu perfil e da cultura da própria empresa. É possível destacar a oferta de bonificações financeiras, cestas de alimentação, dias agendados para descanso etc. Essa prática contribuirá para uma redução significativa no absenteísmo, se aplicada e comunicada eficazmente.

Acompanhamento e gestão dos KPIs

Os indicadores chave de desempenho (também conhecidos como KPIs) devem sempre ser analisados, assim é possível ter uma visão mais consistentes do que está acontecendo dentro da empresa. O calculo é muito simples, basta dividir o número de horas não trabalhadas pelo número de horas efetivamente trabalhadas, depois multiplicar por 100. Segundo a ABCQ (Associação Brasileira de Controle da Qualidade), o índice deve estar no máximo em 1,5% — mais que isso é considerado elevado. O fato é que, ao mensurar o que está acontecendo na empresa, torna-se possível traçar metas mais consistentes e desafiadoras, que instiguem a todos na busca pela melhoria dos resultados.

Otimização do bem-estar interno

Para finalizar, é importante destacar que o próprio ambiente de trabalho pode ser uma “arma” para a redução das faltas e atrasos. A empresa é um segundo lar para seus profissionais, uma vez que eles passam grande parte do seu dia a dia ali. Por essa razão, é importante dotá-lo de qualidade e oferecer o máximo de bem-estar aos indivíduos que nele atuam. Pronto, agora você está por dentro do assunto! Aproveite para promover melhorias em sua companhia, garantindo que o número de faltas e atrasos não prejudiquem o clima de trabalho, bem como os resultados esperados e as relações interpessoais. Experimente as dicas aqui citadas, mas não tenha medo de buscar por novas soluções. Gostou do conteúdo? Entendeu quais são os efeitos do absenteísmo nas empresas? Conheça 5 tipos que pode afetar a sua empresa!
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